Frias chamas de fogo  

Posted by David Martin

Que caminho percorrer, nesta jovem partida os trilhos multiplicam-se por mil carreiros que por sua vez se dividem em mil acções de dez mil conclusões. Vejo a luz penetrante nos meus rugosos olhos, cega machuca morro vorazmente perdido num trilho longínquo… meus negros embaçados olhos…
… meus negros cristalinos negros olhos revoltados insultam vida e morte, deste infernoso trilho a saída procuro, rastejo cambaleio… releio a escuridão, corro agora sedento da fétida dor, não minha, tua… nasce em mim um grotesco animal, medo de mim tenho ardem-me as penosas asas… são carvão enfeitiçado…
Juro ás estrelas que noutra outrora nos haviam abençoado a tortura, o fogo sofrimento impiedoso… eu sou aquele que vos queimará a alma, o demónio de vossa corrompida vida, o fantasma… assaltarei suas noites ternas harmoniosas…
A noite cai pesadamente sobre o crepúsculo tingido de ódio , debruça-se a chuva no luar machucado, uivam meus lobos artérias de minha alma. Reabro a porta dum quarto, no passado deixei meu aqui meu meigo amor, do bolso tiro as laminas e o álcool… Perfuro minhas veias corto pulsos espalho álcool tinjo e pinto tudo de vermelho sangue, a cor da desilusão espalha-se pelo formoso quarto… deixo-me cair… com as poucas forças que me restam… acendo um cigarro…
Aqui estou eu… fumando erva seca e nicotina pura… atiro… atiro o cigarro… ele cai.. cai… lentamente… no sangue… no álcool… que espalhei… arde o que foi tudo e já não é nada!!...

Meus negro olhos espelham fogo…

Frias chamas de fogo!!