Cortar pulsos  

Posted by David Martin

Corto os pulsos, vejo sangue nascer entre magoas e veias, artérias de momentos. O mundo girando em torno de poemas, desfigurado por fortes bofetadas metálicas, a adrenalina rompente presente em meus alvelos pulmonares desfaz-se num supro quente vapor branco transparente… O sangue corre por meu formoso corpo… Corro, ajoelho-me perante Deus Todo Poderoso, furioso pergunto: Porquê eu?? Salpicos de mim caem em minha robusta face tingido meu pálido rosto com minha negra alma… Espalho-me pelas virgens paredes, por sagrados tectos, pelo chão que agora acaricio com meus lábios sangrentos… Cuspo o vermelho, mancho minha torre, mancho minha mansão neo-gótica, mancho, tinjo, clorifico, banho de rouge a minha morte…

Uma luz, um filme branco e preto… sucede entre meus olhos… comboio assaltante de lembranças leva-mas para longe… lá longe de mim…

Deixo-me cair… os meus olhos finalmente fecham… mergulho num negro petrificante abstraio-me do mundo, sou outra vez eu… ferido… um animal abatido…

Meus olhos propagam o fogo, arde o soalho, os moveis, os caibros, a maquina, um incendido em mim, em minha torre mansão...

This entry was posted on 06/05/2009 at 16:05 . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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