Paredes  

Posted by David Martin

Preso nestas sujas negrumes paredes de minha vida vejo-me apodrecer fugazmente, nasce em mim um outro eu sedento de sangue ódio, ternura desajustada desfigurada desimaculada, o negro floresce espalha-se nas minhas veias entranhas perde-se num mar fétido de contaminadas desilusões, perde-se nos corações, num pouco sombrio de nada, num crepúsculo apagado de tudo. Quero sair deste inferno, deste sonho pesadelo, não mostrarei o mal que nasce, na mentira que chamo de coração, lado a lado com paixão, ajuda-me a acabar com o sofrimento de mil cortes, de mil laminas, de mil prazeres… Sinto as agulhas, meu todo empenho em mil vidros cortantes cortam-me a alma demoniocamente esfarrapada... Se podesses ver o negro de mim, verias todo pavor de controlar a dor, lutar contra todos e mim.

Odeio tudo em ti: teus olhos culpados meu espirito minado, teus lábios suaves, minha vida afogada, odeio tudo em mim, porque te amo? Volto para a minha torre… por lá fico, morro sozinho perdido…

Cego por gritos de desespero e surdo por estrelas extinguidas cessadas de existir…

Monstros de sombras…

This entry was posted on 06/05/2009 at 16:04 . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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